segunda-feira, 1 de junho de 2009

EUA país de obesos

Os Estados Unidos se tornarão, a partir de 2010, um país onde mais da metade da população adulta será obesa e viverá menos que seus pais, segundo projeções sobre este mal que já é considerado uma epidemia.

Ao ritmo atual, 68 milhões de americanos serão obesos em sete anos, ou seja, 40% da população, e a marca dos 50% poderá ser superada em uma década, de acordo com as estatísticas apresentadas esta semana pelo Centro de Controle de Doenças (CCE), ligado ao governo federal.
Segundo outro estudo, divulgado na quarta-feira, a reboque do excesso de peso vem o diabetes, com a previsão de pelo menos um em cada três americanos nascidos em 2000 afetados pela doença na idade adulta (33% dos homens e 38% das mulheres). O doutor K.M. Venkat Narayan, do CCE, destacou que "o número de pessoas diabéticas nos Estados Unidos aumentará 165% entre 2000 e 2050", após uma alta de 40% entre 1990 e 1999. Como conseqüência desta tendência, disseram especialistas, a nova geração de americanos viverá, pela primeira vez na história moderna, menos que seus pais. O diabetes reduz fortemente a expectativa de vida. "Por exemplo, estimamos que uma pessoa diagnosticada com 40 anos, perderá 11,6 anos de vida se for homem (...) e 14,3 anos se for mulher", disse Narayan. "A comida e a atividade física que damos a nossos filhos são uma receita para a obesidade", disse a professora Kelly Brownell, diretora do centro de estudos sobre a alimentação da Universidade de Yale.

Atualmente, 31% dos americanos são obesos, com um peso que supera em pelo menos 15 quilos a massa corporal considerada ideal. Mas é preciso buscar nos extremos o aspecto mais dramático da epidemia, diante do aumento considerável da obesidade mórbida. Segundo os últimos números disponíveis, que datam de 2000, a obesidade mórbida (homem adulto, cujo excesso de peso é de pelo menos 40 quilos) aumentou duas vezes mais rápido que a proporção de americanos simplesmente obesos, passando de um em 200, em 1986, para um em 50, em 2000. Mais rápido ainda é o aumento da obesidade extrema ou super-obesidade, que se refere às pessoas cujo excesso de peso se aproxima ou supera os 70 quilos. O grupo de americanos afetado pela super-obesidade passou de um em 2000, em 1986, para um em 400 no ano 2000. Neste grupo, um homem médio com 1,77 metro pesa 169 kg. "Estes resultados têm enormes conseqüências para o sistema de saúde do país, devido ao custo dos tratamentos contra o diabetes, a hipertensão e outros problemas crônicos, várias vezes superior entre as pessoas afetadas pela obesidade grave em relação às pessoas cuja obesidade é moderada", explicou Roland Sturm, economista do centro de estudos Rand, que dirigiu um estudo sobre a obesidade grave. Um terço das pessoas que sofrem de super-obesidade já sofria de excesso de peso na infância, segundo um estudo das universidades de Purdue e do Arizona, demonstrando a urgência da educação dos mais jovens.

A obesidade é a causa de 300 mil mortes por ano nos Estados Unidos e o custo anual do tratamento vinculado a problemas de peso chega a US$ 117 bilhões. O excesso de peso está no centro das preocupações dos americanos. Três livros de dietas estão entre os cinco primeiros títulos de auto-ajuda na lista de best-sellers do jornal New York Times.

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